Mobilidade urbana começa na inclusão

Entre os dias 17 e 23 de setembro é realizada a Virada da Mobilidade, evento que promove alternativas sustentáveis de locomoção nos grandes centros urbanos e que põe em pauta a discussão e a conscientização sobre o que as pessoas, as empresas e o poder público podem fazer para levar mais qualidade à mobilidade diária nas cidades
Neste ano, a organização aborda o assunto com workshops, intervenções, experimentações modais, exibição de documentários, debates, oficinas entre outras ações que levam reflexão sobre a mobilidade urbana. Entretanto, é impossível abordar o tema proposto sem deixar de mencionar a questão da sinalização tátil no piso, que é essencial para a locomoção de um grande grupo de pessoas da sociedade.
De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), com base no Censo de 2010, existem no Brasil mais de 6,5 milhões de pessoas com deficiência visual, sendo 582 mil cegas e seis milhões com baixa visão, aproximadamente.
Esta grande parcela da sociedade depende diariamente da sinalização tátil no piso para se locomover com autonomia e segurança, entretanto, o que está previsto na lei nem sempre é seguido, seja pelo próprio poder público como pela iniciativa privada.
Segundo a legislação, a instalação da sinalização tátil no piso é obrigatória em qualquer edificação de uso público ou coletivo, além de dever estar presente também em todo o mobiliário urbano, como vias, praças, logradouros, calçadas, parques e demais espaços de uso da população.
É por meio da sinalização tátil no piso que indivíduos cegos ou com baixa visão conseguem se localizar no ambiente e usufruir de seu papel de cidadão. Seja com a ajuda da bengala branca ou com o contraste de cor entre o piso e o chão que essas pessoas podem circular livremente e ser informadas acerca de perigos, desníveis, sentidos corretos para o deslocamento, mudanças de direção, opções de percursos, atividades, uso de equipamentos entre outras situações diárias e corriqueiras que precisam ser sinalizadas.
Quando se fala em mobilidade urbana, portanto, há de se salientar este fator básico e constitucional, pois o assunto não se restringe às maneiras de tornar a locomoção na cidade menos caótica, mas também em como fazer dela um direito democrático para toda a população.
Comentários